Conheça os principais termos técnicos de agricultura e jardinagem e entenda os significados das expressões utilizadas no agronegócio.
A
Adubos
Fertilizantes que, pela sua natureza e pelo teor em um ou vários macronutrientes principais (azoto, fósforo, potássio), se destinam a melhorar as produções agrícolas, por rapidamente disponibilizarem os nutrientes para as plantas.
Agricultor
Entidade singular ou coletiva que exerça uma atividade agrícola, com ou sem recurso a trabalho assalariado e utilizando fatores de produção próprios e/ou de terceiros.
Agricultura Biológica
Modo de produção agrícola, sustentável, baseado na atividade biológica do solo, alimentada pela incorporação de matéria orgânica, que constitui a base da fertilização, evitando o recurso a produtos químicos de síntese e adubos facilmente solúveis, respeitando o bem-estar animal e os encabeçamentos adequados, privilegiando estratégias preventivas na sanidade vegetal e animal. Procura-se, desta forma, a obtenção de alimentos de qualidade, a sustentabilidade do ambiente, a valorização dos recursos locais e a dignificação da atividade agrícola.
Ano Agrícola
O período de tempo em que se realizam as operações culturais necessárias à produção agrícola e que se inicia em novembro de cada ano (n-1) e termina em 31 de outubro do ano n.
Análises Foliares
Processo laboratorial para avaliar o estado nutricional das plantas, permitindo determinar as fertilizações mais adequadas.
Aplicação de Fertilizante
Adição de substâncias ao solo, por empalhamento à superfície do solo, injeção no solo, colocação abaixo superfície do solo ou mistura com as camadas superficiais do solo.
Arborização ou Rearborização
Constituição de novos povoamentos florestais em terrenos:
- 1. antes utilizados por culturas agrícolas, recentemente abandonados ou com abandono mais antigo, cobertos de matos ou vegetação rasteira;
- 2. ocupados por vegetação de maior porte, mas de interesse económico reduzido;
- 3. com povoamentos arbóreos de certo interesse que se julga vantajoso “converter” ou “transformar” ou proceder a “alterações de composição”;
- 4. antes submetidos a corte final ou percorridos por incêndios.
Arjão
Sistema tradicional de condução da vinha que consiste em estender fios de arame entre as várias árvores plantadas nas bordaduras dos campos, até à altura de 6 a 8 metros, e deixar as videiras subir e expandir-se. Os arjoados resultam de uma evolução e intensificação das uveiras relacionadas com a difusão do arame. Tal como os enforcados, estes arjões são típicos de uma produção vinícola em regime de agricultura intensiva, não especializada, consociada com variadas outras culturas, e que tira proveito de uma produção que praticamente ocupa o espaço no solo e não requer dispêndio de mão-de-obra.
Arrozal
Parcela com cultivo de arroz.
B
Bacelo
- Técnica de reprodução da vinha que consiste em implantar um sarmento da planta mãe, retirando-o e cortando-o quando estiver enraizado. Este método ancestral só pode ser utilizado em países como o Chile, que não sofre ameaça da filoxera e podem plantar a vinha sem enxertia.
- Termo utilizado para designar “porta-enxerto”; pé-de-vinha no qual se fará a enxertia com a casta desejada. Começou a ser usado desde os finais do século XIX, após a filoxera.
Baldio
Terrenos possuídos e geridos por comunidades locais, constituindo estas, para efeitos da lei, o universo dos compartes. São compartes os moradores de uma ou mais freguesias ou parte delas que, segundo os usos e costumes, têm direito ao uso e fruição do baldio. Os compartes estão constituídos em Assembleia, que elege o Conselho Diretivo. Consideram-se os baldios administrados exclusivamente por compartes, por compartes Estado ou diretamente pelas Juntas de Freguesia ou Câmaras Municipais.
Bardo
Sistema de condução de vinha contínua baixa que consiste numa linha de esteios com 1,5 a 2 metros de altura, espaçados de 6 a 8 metros, que sustentam 4 a 6 arames. As videiras são plantadas geralmente num compasso apertado (cerca de 1 metro de intervalo) e espalmadas, permitindo-se que comecem a frutificar à altura do primeiro arame, ou seja, muito próximo do solo. Este sistema de condução, em que as linhas de videiras distam cerca de 3 metros entre si, permite o tratamento mecanizado e simplificação da vinha. O seu maior inconveniente situa-se na poda excessiva que o sistema implica, originando desequilíbrios vegetativos e produtivos. Na realidade estas vinhas têm uma longevidade bastante incerta e uma produção irregular.
Biomassa Agrícola
Produtos e resíduos da atividade agrícola e florestal (cereais, forragens, produtos amiláceos, oleaginosas, produtos fibrosos e lenhosos, efluentes de pecuária, entre outros) que podem ser convertidos em combustíveis (etanol, biodiesel, hidrogénio), energia elétrica e calorífica, assim como uma vasta gama de materiais (plásticos, adesivos, tintas, detergentes, produtos farmacêuticos, algodão e linho), por diversos processos (fermentação, gaseificação, combustão).
Bordadura
Estruturas lineares arbóreo-arbustivas constituídas por espécies autóctones plantadas nas estremas das parceLAS nos caminhos de trabalho e ou acesso.
C
Chorume
Mistura de excrementos e urina de animais domésticos que pode conter água e/ou uma pequena quantidade palha.
Compasso
Distância que, numa plantação regular, separa as plantas entre si, quer na linha quer na entrelinha.
Cordão
Sistema de condução das videiras que pode ser considerado uma evolução das cruzetas, uma vez que o tipo condução das videiras é idêntico, embora se assemelhe pela estrutura de suporte aos antigos bardos. Tal com os bardos, a estrutura de suporte é constituída por linhas de esteios espaçados entre 6 e 8 metros e distantes entre si de 2,5 a 3 metros, nos quais se apoiam arames, a partir de 1,2 metros de altura. O princípio fundamental consiste em fazer a videira chegar a esses arames sem ramificação, deitando-se depois sobre ele, tal como sucede nas cruzetas, para aí se situar a zona vegetativa e produtiva. Pode optar-se por cordão simples, havendo, nesse caso, um só arame de apoio à videira (a cerca de 1,5 metros do solo) e um ou dois arames mais finos para permitir que o desenvolvimento vegetativo se agarre e melhore a exposição das folhas e sobretudo dos cachos; ou por cordão sobreposto, havendo então dois arames para suportar as videiras (o primeiro, ligeiramente mais baixo do que no caso do cordão simples; o segundo, uma altura idêntica aquela que se verifica nas cruzetas) e um outro de apoio ao desenvolvimento vegetativo da videira que ocorre no arame superior.
Corretivo
Substâncias que, podendo apresentar algum valor fertilizante, são incorporadas no solo com o principal objetivo de lhe melhorar as características físicas, químicas e biológicas. Classificam-se em corretivos minerais (ex: calcário, enxofre, gesso) e corretivos orgânicos (ex: estrumes, resíduos de culturas, composto).
Cooling System
Sistema de arrefecimento de estufas com duas componentes: numa das paredes da estufa estão instalados painéis de material poroso e permeável, que são humedecidos com água, através da aspersão dos painéis, ou distribuindo-se a água através de tubagem perfurada; na parede oposta, estão instalados ventiladores-extratores, que promovem a circulação do ar arrefecido no interior da estufa.
Cruzeta
Sistema de condução de vinhas contínuas que, na sua forma original, consiste num poste vertical com 2 metros de altura ou mais e outro horizontal, formando uma cruz. O poste horizontal mede entre 1.5 a 2 metros e deve situar-se entre 1,5 e 2,5 metros do solo. As extremidades dos braços das sucessivas cruzes, que devem distar entre os 8 metros, são unidas por um fio de arame. Junto de cada cruzeta plantam-se quatro videiras que acompanha aos pares, os braços da cruz, seguindo depois cada uma o seu arame. As videiras assim plantadas são depois podadas de forma a que a folhagem e os frutos se desenvolvam apenas na parte da planta que se apoia sobre o arame, formando dois longos cordões paralelos. Este formato-base tem sofrido algumas alterações, sendo de destacar as seguintes:
- 1. Utilização de um terceiro arame unindo o topo das cruzetas e servindo de suporte a duas outras videiras que acompanham o poste vertical.
- 2. a utilização do sistema de suporte das videiras, mas associado a diferentes formas de plantação (tanto podem ser colocadas duas a duas como isoladamente e tanto podem ser plantadas no enfiamento dos postes verticais como diretamente debaixo dos arames).
Cultivador
Dá-se o nome de escarificadores, ou cultivadores, a uma série de alfaias mais ou menos pesadas, compostas por um quadro retangular ou uma simples barra, cujos órgãos ativos são dentes, rígidos ou flexíveis, terminados em ferro ou bicos de vários tipos. Têm a função de mobilizar o terreno, sem reviramento, para combater infestações, para arejar o solo e para trazer torrões e pedras à superfície.
Cultura de Ar Livre ou Abrigo Baixo
Consideram-se ao ar livre, as culturas cobertas com folhas flexíveis de plástico colocadas sobre o terreno e as cobertas com estruturas fixas ou móveis dentro das quais uma pessoa não pode trabalhar de pé.
Cultura de Cobertura
Culturas deliberadamente cultivadas tendo em conta a sua potencial contribuição para a diminuição e perda de nutrientes para o ar e de águas de superfície ou subterrâneas, durante o Inverno ou outros período em que a terra não seja cultivada ou esteja mais suscetível a perdas. As referidas culturas são economicamente importantes, sendo a proteção do solo o seu principal objetivo
- Nota: As superfícies agrícolas sem cobertura vegetal ou onde apenas exista uma camada superior de resíduos vegetais são especialmente suscetíveis a perdas de nutrientes. Tal foi tomado em consideração quer pelos agricultores quer pela legislação/administração.
- Um dos instrumentos mais eficazes para reduzir as perdas, prejudiciais para o ambiente e para a economia, é a manutenção de uma cobertura vegetal contínua, ao longo do ano. Em alguns Estados-Membros, a necessidade de ocupar uma determinada percentagem das terras aráveis com culturas de Inverno habituais, como o trigo duro, ou com culturas de cobertura, tal como definidas aqui, está consagrada na legislação ou é parte integrante dos regimes agroambientais a que os agricultores podem aderir.
- Estas culturas são semeadas no Outono apenas com a finalidade de reduzir a perda de nutrientes, pelo que não devem ser confundidas com as habituais culturas herbáceas de Inverno como, por exemplo, o trigo duro destinado a ser colhido ou as gramíneas. Em geral, estas culturas são aradas durante a Primavera, antes de se proceder à sementeira de outra cultura, não sendo colhidas nem utilizadas para pastagem.
Cultura de Folhagens de Corte ou Complementos de Flor
Espécies florícolas cultivadas com a finalidade da produção de folhagem e complementos de flor.
Cultura de Plantas Ornamentais
Espécies ornamentais, comercializadas com raiz, quer sejam de interior, quer de exterior, independentemente de serem ou não utilizadas para a produção de flor ou de folhagem de corte.
Cultura em Estufa
Culturas feitas em estufas com estruturas fixas ou móveis (vidro ou folhas de material plástico rígido ou flexível) durante todo o ciclo vegetativo ou na sua maior parte. Nota: Excluem-se as folhas flexíveis de material plástico pousadas sobre o solo, as culturas em túneis de plástico não acessíveis ao homem, em estufins e estruturas portáteis. No caso de estufas e estruturas móveis altas contam-se todas as superfícies cobertas nos 12 últimos meses e adicionam-se para obter a superfície total das culturas em estufa; não contar apenas a superfície de base destas instalações. As superfícies das culturas parcialmente cultivadas em estufa e parcialmente ao ar livre são recenseadas exclusivamente nas superfícies das culturas em estufa, desde que o período em estufa não seja muito limitado. Se uma determinada superfície em estufa for utilizada várias vezes, deverá ser contada apenas uma vez. No caso de estufas com andares, conta-se apenas a superfície de base.
Cultura Forrageira
Conjunto das culturas arvenses para forragem, que entram na rotação das culturas e que ocupam mesma superfície durante menos de cinco anos (forragens anuais e plurianuais). Nota: Estas culturas forrageiras (ao contrário das destinadas à produção de grão) são normalmente utilizada enquanto pastagem para os animais ou colhidas em verde, embora também possam ser colhidas secas (com feno). Em geral, a planta é colhida e utilizada na totalidade (excepto as raízes) para forragem. Inclui: Culturas que não forem utilizadas na exploração e forem vendidas para utilização directa noutra exploração ou à indústria; cereais e plantas industriais, bem como outras culturas arvenses, colhidos e/ou consumidos e verde, para forragem. Exclui: culturas forrageiras sachadas. Certas espécies forrageiras podem ser cultivadas para enterramento no solo, servindo como adubo verde, não sendo incluídas neste grupo. As terras ocupadas por culturas forrageiras disponíveis para alimentação animal directa durante um período pelo menos 7 meses com início a 1 de janeiro. Nota: por vezes as zonas de matos são aqui incluídas. Normalmente os prados (permanentes) são declarados como área forrageira.
Cultura Hortícola
Inclui: Produtos hortícolas frescos, melões, tomate para indústria, Culturas ao ar livre e sob abrigo. Exclui: Cogumelos cultivados
Cultura Hortícola Intensiva
Produtos hortícolas cultivados em terras que entram na rotação com outras culturas agrícolas. Nota: Os produtos hortícolas cultivados intensivamente destinam-se, em grande parte (mas nem sempre), à comercialização directa mais do que ao processamento industrial. Neste caso, o elemento que serve de base é o sistema de rotação da folha: se a superfície ocupada pelos produtos hortícolas entra em rotação apenas com outras culturas hortícolas, a superfície em questão é considerada “e cultura intensiva”.
Cultura Industrial
Cultura de plantas industriais, i.e. plantas que não são, em geral, comercializadas directamente, uma vez que para a sua utilização final é necessário um processamento industrial prévio. Inclui: sementes de culturas oleaginosas herbáceas. Exclui: sementes e propágulos de culturas têxteis, lúpulo, tabaco e de outras culturas industriais. Exemplos:
- Tabaco (Nicotiana tabacum L.); lúpulo (Humulus lupulus L.); algodão (Gossypium spp.); colza e nabo silvestre (Brassica napus L. e Brassica rapa) cultivados para a produção de óleo e colhidos em grão seco; girassol (Helian annuus L.); soja (Glycine max L.); sementes de linho (Linum usitatissimum L.) variedades cultivadas principalmente para a produção de óleo.
- Outras culturas oleaginosas: outras plantas cultivadas principalmente pelo seu teor de óleo, colhidas em grão seco, diferentes das já indicadas, nomeadamente, mostarda (Sinapis alba L.), papoila-dormideira (Papaver somniferum L.), sementes de sésamo (Sesamum indicum L.), chufa (Cyperus esculentus L.) e amendoins (Arachis hypogea).
- Linho (Linum usitatissimum L.), variedades cultivadas principalmente para a produção têxtil; cânhamo (Cannabis sativa L.); outras culturas têxteis, i.e., outras plantas cultivadas principalmente pelo seu teor de fibra, diferentes dasjá indicadas, nomeadamente, juta (Corchorus capsularis), cânhamo de Manila (Musa textilis), sisal (Agave sisalana) cânhamo de hibisco (Hibiscus cannabinus).
- Plantas aromáticas, medicinais e condimentares: as principais plantas aromáticas, medicinais e condimentares são as seguintes: Angélica (Angelica spp.), beladona (Atropa spp.), camomila (Matricaria spp.), cominho (Carum spp.), digital (Digitalis spp.), genciana (Gentiana spp.), hissopo (Hyssopus spp.), jasmim (Jasminum spp.), alfazema (Lavandula spp.), orégão (Origanum spp.), melissa (Melissa spp.), hortelã (Mentha spp.), papoila-dormideira (Papaver spp.), congossa (Vinca spp.), psílo (sementes) (Psyllium spp.), açafrão (Curcuma spp.), salva (Salvia spp.), maravilha (Calendula spp.), valeriana (Valeriana spp.), etc.
- Outras plantas industriais, diferentes das já indicadas, nomeadamente, chicória (Cichorium intibus L.) e cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.). Não inclui o tomate para a indústria.
Cultura Sachada
Culturas que podem ser hortícolas, arvenses ou forrageiras, que necessitam de mobilizações frequentes do solo, entre as linhas da cultura, para controlo das ervas infestantes.
Cultura Secundária
Culturas que proporcionam menor rendimento sob o ponto de vista económico, quando na mesma parcela de terreno se fazem sucessivamente várias culturas no mesmo ano agrícola, bem como as culturas efectuadas sobre coberto de culturas permanentes em compasso regular.
Cultura Sob-coberto
Culturas efectuadas em terra arável sob-coberto de culturas permanentes em compasso regular ou sob-coberto nas matas e florestas em povoamento regular.
Cultura Temporária
- Culturas cujo ciclo vegetativo não excede um ano (as anuais) e também as que ressemeadas com intervalos que não excedem cinco anos (morangos, espargos, prados temporários, etc.). Inclui: todas as culturas que constituem as terras aráveis, com excepção das parcelas com pousio e horta familiar. Exclui: culturas forrageiras temporárias.
- Conjunto das terras que entram numa rotação, podendo tratar-se de culturas, prados temporários, forragens de corte, transformação e produção de grão) de alqueives, pousios ou outras culturas horto-industriais. Inclui: a) cereais para a produção de grão (incluindo sementes); b) culturas proteaginosas para a produção de grão (incluindo sementes e misturas de leguminosas secas e cereais; c) batata e beterraba sacarina; d) culturas forrageiras sachadas; e) plantas industriais (tabaco, linho lúpulo, colza, soja, girassol, etc); f) plantas aromáticas, medicinais e condimentares; g) produtos hortícolas frescos, melões e morangos ao ar livre o sob abrigo; h) culturas em estufa ou sob abrigo alto acessível; i) flores e plantas ornamentais (excluindo viveiros) ao ar livre ou sob abrigo baixo (não acessível).
E
Enrelvamento na entrelinha
Prática agrícola que consiste na manutenção do revestimento vegetal natural ou semeado das entrelinhas das culturas permanentes, com o objetivo de reduzir a utilização de herbicidas, diminuir a mobilização do solo, prevenir a erosão, melhorar a estrutura do solo, facilitar a entrada nos pomares ou nas vinhas, contribuir para a biodiversidade.
Estaca
Fracção do ramo, herbáceo ou lenhoso, de uma planta que se destina a formar a parte subterrânea de uma nova planta ou a uma nova planta.
Estado Fenológico
Estádio de desenvolvimento das plantas detetável por alterações morfológicas.
Estrume Líquido
Urina de animais domésticos, incluindo, provavelmente, uma pequena quantidade de excrementos e/ou água.
Estrume Sólido
Os excrementos de animais ou a mistura de palha e de excrementos de animais, mesmo transformados.
Estufa
Estrutura fixa ou móvel, flexível ou rígida, em vidro, plástico ou outro material translúcido e impermeável à água, aquecida ou não, com a finalidade de alterar as condições climáticas no seu interior de modo a serem mais propícias ao desenvolvimento de uma cultura e dentro da qual uma pessoa pode trabalhar de pé e na vertical. Normalmente a estufa/abrigo alto é revestido a plástico só com arejamentos laterais e sem climatização. Considera-se a superfície total coberta pela estufa/abrigo alto, incluindo as passagens e o equipamento.
Estufa com Solo
Estufa em que as plantas desenvolvem o seu sistema radicular no solo.
Estufa Dupla
Estufas com dois vãos livres. É indiferente o formato da cobertura, podendo ser capela, serra, arco abatido, em ângulo ou serreada.
Estufa Múltipla
Estufas com quatro, ou mais, vãos livres. É indiferente o formato da cobertura, podendo ser capela, serra, arco, abatido, etc.
Estufa Parral
Tipo de estufa cuja cobertura superior (tecto) está instalada com um ângulo pouco acentuado em relação ao solo (forma apenas uma água) e consta de um filme plástico entre duas redes de malha metálica.
Estufa Sem Solo
Estufa em que as plantas desenvolvem o seu sistema radicular num meio inerte (ex: perlite, lã de rocha) delimitado e isolado fora do solo, onde circula uma solução nutritiva.
Estufa Simples
Estufa com um único vão livre. É indiferente o formato da cobertura, podendo ser capela, serra, arco abatido, etc.
Estufa Tripla
Estufas com três vãos livres. É indiferente o formato da cobertura, podendo ser capela, serra, arco batido, etc.
Estufa Túnel
Estufas cujas paredes laterais e cobertura apresentam uma curvatura, em forma de túnel.
Exploração Abandonada
Exploração que tinha os limites (em área, número de animais ou produção animal) estabelecidos para ser considerada exploração agrícola (no âmbito do Recenseamento Agrícola), mas que no momento da realização de um determinado inquérito agrícola não se encontra em produção, mantendo, no entanto, intacta a capacidade de retoma da actividade agrícola.
F
Fertilizante
ver Ver Aplicação de Fertilizante
- Qualquer substância que contenha um ou mais compostos azotados, utilizada no solo para favorecer o crescimento da vegetação, pode incluir estrume e chorume animal, resíduos de empresas de piscicultura e da depuração.
- Substâncias utilizadas (adubos e/ou corretivos) com o objectivo de direta ou indiretamente melhorar a nutrição das plantas.
G
Galeria Ripícola
Estrutura linear de composição arbóreo-arbustiva e herbácea própria de zonas húmidas, ao longo de linhas água, ocupando uma faixa de 5 metros para os lados de ambas as margens.
H
Herbicidas
Produtos químicos, que, pela sua variedade e poder seletivo, atuam nas ervas daninhas procurando não prejudicar o normal desenvolvimento das culturas.
Horta Familiar
ver Ver Exploração Agrícola
- Superfícies consagradas à cultura de produtos agrícolas destinados sobretudo ao consumo do próprio agricultor e do seu agregado familiar.
- Superfície de dimensão normalmente inferior a 20 ares, reservada à produção de hortícolas, frutos e flores destinados fundamentalmente ao autoconsumo. Inclui: as hortas familiares em terra limpa.
- Notas: As hortas familiares, reconhecíveis como tais, estão normalmente separadas da restante superfície agrícola. Só a eventual produção excedente proveniente desta superfície é vendida pela exploração. Todas as superfícies cujos produtos sejam regularmente vendidos no mercado não são registadas neste ponto, mesmo que parte dos produtos seja consumida pelo produtor e pelo seu agregado familiar.
- As superfícies destinadas à produção de forragem para animais, mesmo que os animais sejam consumidos pelo produtor e respectiva família, são registadas nos respectivos pontos.Uma horta familiar pode apresentar-se sob a forma de terras aráveis e de culturas permanentes.
- Excluem-se: jardins de recreio (parques e relvados); superfícies cultivadas para as necessidades de agregados colectivos, como por exemplo, centros de investigação, comunidades religiosas, pensionatos, prisões etc., desde que essa exploração ligada a um agregado colectivo reúna os outros critérios de uma exploração agrícola. Essas superfícies contam como superfícies da exploração agrícola, repartidas segundo a natureza da sua utilização.
L
Lameiro
Terreno fértil e regado, próprio para prado permanente. Existem lameiros de regadio (têm disponibilidade de água todo o ano), de regadio imperfeito (não têm disponibilidade de água suficiente para rega durante o Verão) e os de sequeiro ou “secadal” (não têm disponibilidade de água para rega), todos eles próprios para prados permanentes, tendo em vista o corte e/ou o pastoreio.
M
Matagal
Conjunto de arbustos arbóreos e arbustivos espontâneos presentes numa determinada área, que são geralmente ramosas desde a base e apresentam uma porção de caule lenhificada.
Mato
Terras ocupadas com matos rasteiros, bouças, estevas e que de um modo geral são terras potencialmente cultiváveis.
Mobilização do Solo
Passagem sobre o solo de máquinas automotrizes, rebocadas ou montadas na linha ou na entrelinha. Esta operação pode ter como objectivo a preparação do terreno para sementeiras, o combate a infestantes ou a criação de condições favoráveis à instalação e desenvolvimento das culturas.
Mobilização do Solo Convencional
Sistema de mobilização do solo tradicional, que se baseia na utilização da charrua, à qual se sucedem, normalmente, passagens com outras alfaias como a grade discos, escarificador.
Mobilização do Solo Mínima
Sistema de Mobilização de conservação do solo que, embora intervindo em toda a superfície do terreno, mantém uma quantidade apreciável de resíduos da cultura anterior à superfície do solo. Este sistema baseia-se na utilização de alfaias de mobilização vertical, estando interdito o uso de alfaias que promovam o reviramento do solo ou levantamento do torrão.
Monda Mecânica
Processo utilizado para combater as infestantes das culturas ou ervas daninhas, através da utilização de alfaias agrícolas apropriadas, rebocadas ou montadas no trator, com mobilização do solo a maior ou menor profundidade.
O
Olival
Plantação de oliveiras (Olea europea L.) incluindo olivais de variedades normalmente cultivadas para produção de azeitona de mesa e olivais de variedades normalmente cultivadas para produção de azeite. Povoamento regular de oliveiras com densidade superior a 45 árvores/ha. Povoamentos de oliveiras com densidade superior a 60 árvores/ha. É identificada a variedade e o método de irrigação.
Outra Área Não Agrícola
As zonas com vegetação de protecção, dunas, áreas ribeirinhas, pântanos, sapais, etc.
P
Pomar
Povoamento regular de árvores de fruto, com uma densidade mínima de 100 árvores/ha. No caso do olival, figueiras e frutos secos, a densidade mínima é de 45 árvores/ha. Os povoamentos de pomoideas, prunoideas, soutos e de outras espécies “fruteiras”, estremes ou associadas, caso do amendoal e do figueiral, a densidade mínima é de 60 árvores/ha.
Pomar Estreme
Pomar constituído por única espécie (ex: pomar de cerejeiras).
Porta-Enxerto
Planta com raízes ou parte da planta enraizada (estaca) sobre a qual se procede a uma enxertia com um pedaço proveniente de outra planta de uma espécie ou variedade diferente (ex.: garfo, borbulha). O porta-enxerto pode ser designado também por cavalo.
R
Ramada
As ramadas ou latadas consistem, em termos gerais, em estruturas horizontais, de ferro ou de madeira e arame, assentes sobre esteios, geralmente de granito. Estas estruturas vêem-se com frequência sobre caminhos, largos, logradouros públicos como tanques e fontes, ou na orla dos campos, podendo também aparecer, mais raramente, em sistema de vinha contínua (neste caso apresentam uma forma em dente de serra, isto é, oblíquas e não paralelas ao solo). No seu sentido mais comum, trata-se de um sistema que permite aproveitar produtivamente espaços improdutivos, ou sobrepor-se a outras culturas; é frequente, com efeito, cultivar batatas debaixo de ramadas quando na orla de campos ou em regime de vinha contínua.
S
Sistema Antigeada para Aquecimento
Sistema de aquecimento instalado na estufa ou lote de estufas funcionando preventivamente, quando se receia a ocorrência de geadas.
Sistema de Drenagem
Sistema de valas, drenos subterrâneos, estações elevatórias ou obras similares, com que se assegura a evacuação das águas em excesso de uma determinada zona.
Superfície Agrícola Não Utilizada
Superfície da exploração que já não é explorada, por razões económicas, sociais ou outras e que não entra no sistema de rotação, não se destinando assim a qualquer utilização agrícola.
Superfície Agrícola Utilizada
Superfície da exploração que inclui: terras aráveis (limpa e sob-coberto de matas e florestas), horta familiar, culturas permanentes e pastagens permanentes.
Superfície Irrigável
Superfície máxima que, no decurso do ano de referência, poderia, se necessário, ser irrigada por meio de instalações técnicas e por uma quantidade de água normalmente disponível para a exploração.
Superfície Total da Exploração
Soma da superfície agrícola utilizada, da superfície das matas e florestas sem cultura sob-coberto, da superfíe agrícola não utilizada e das outras superfícies da exploração.
U
Uveira
Forma de instalação de vinha também conhecida por vinha de enforcado. Junto a uma árvore, um castanheiro, choupo ou um plátano plantam-se de uma a quatro videiras que se deixam crescer livremente, entrelaçando com os ramos da árvore de suporte (que são violentamente podadas para dar maior relevo à videira). Estas videiras podem atingir enormes proporções. Não exigem espaço nem adubação próprios, satisfazem-se muitas vezes com podas ano sim, ano não, e ainda por cima cada pé pode produzir vários cestos de uvas.
V
Variedade
Grupo de plantas ou animais que se distinguem de outras da mesma espécie por caracteres particulares que transmitem às gerações seguintes e que podem constituir uma casta ou cultivar (plantas) ou uma raça (animal).
Vinha
- Superfície plantada com videiras (Vitis vinifera L.). Inclui: Vinhas que produzam normalmente vinho de qualidade, i.e. culturas de variedades de uva de vinho, destinadas normalmente à produção de vinhos de qualidade produzidos em regiões determinadas (VQPRD) que correspondam às disposições do Regulamento (CE) n.o 1493/1999 do Conselho, de 17 de Maio de 1999, que estabelece a organização comum do mercado vitivinícola ou, se for caso disso, às disposições legais mais recentes e às disposições adoptadas na aplicação deste e definidas por regulamentações nacionais. Vinhas que produzam normalmente outros vinhos, i.e. culturas de variedades de uva de vinho destinadas à produção de vinhos, com excepção dos VQPRD. Vinhas que produzam normalmente uvas de mesa, i.e. culturas de variedades de uvas de vinho destinadas à produção de uvas frescas. Vinhas que produzam normalmente uvas para passas, i.e. culturas de variedades de uvas de vinho destinada à produção de uvas para passas.
- Superfície plantada com videiras cuja uva se destina ao consumo em natureza ou para vinificação e é produzida por castas especiais ou cultivadas com estes fins.
- Incluem-se as áreas plantadas com vinha contínua e/ou descontínua (bordadura ou cordão), em cultura pura ou associada, em produção ou não (mas já enxertadas) destinadas à produção de vinho ou de uvas. Exclui: o número de pés de videira que não sejam considerados uma plantação regular ou vinha de bordadura de cordão, os quais são incluídos em número de pés dispersos de vinha para vinho. Os povoamentos de videiras quer para produção de uva quer para campos de pés-mães. É considerada a vinha plantada de forma ordenada, desordenada e na bordadura dos campos.
Vinha com Porta-Enxertos ainda não Enxertados
Plantação de porta-enxertos (bacelos), em local definitivo, que em época oportuna serão submetido a enxertia de variedades de videiras para produção de uvas para vinho, de uvas de mesa e passa.
Vinha para Produção de Materiais de Propagação Vegetativa de Videira
Superfície plantada com vinhas-mãe para produção de porta-enxertos e as vinhas-mãe para produção de garfos.
Vinha para Uva de Mesa
Superfície plantada com videiras cuja uva se destina ao consumo em natureza e é produzida por castas especialmente cultivadas com este fim.
Viveiro
Superfície onde se cultivam plantas ou partes de plantas que se destinam a serem transplantadas.
Viveiro de Cultura Lenhosa
Parcela onde se cultivam plantas ou parte de plantas de espécies lenhosas, com exceção das espécies florestais, que se destinam a serem transplantadas.
Viveiro de Plantas Lenhosas não Florestais
Parcela onde se cultivam plantas ou parte de plantas de espécies lenhosas, com excepção das espécies flores que se destinam a serem transplantadas.
Viveiro de Plantas Não-Lenhosas
Parcela onde se cultivam plantas ou partes de plantas, excepto de culturas lenhosas, que se destinam a serem transplantadas.
Viveiro Florestal
Superfície de plantas lenhosas jovens de espécies florestais, ao ar livre, destinadas a serem transplantadas. Incluem-se: os viveiros florestais comerciais localizados ou não na floresta; os viveiros florestais destinados às necessidades da exploração se localizados fora da floresta.
ver Ver Viveiro de Cultura Lenhosa
Viveiro ou Cultura para Produção de Semente de Plantas Não-Lenhosas
- Superfícies para a produção de sementes e de propágulos destinados à venda, com exclusão do arroz, leguminosas secas, batatas e sementes oleaginosas. As sementes e propágulos para as necessidades da exploração (por exemplo, jovens propágulos de produtos hortícolas tais como propágulos de couves ou alfaces) incluem-se nas rubricas das respectivas culturas. Incluem-se as sementes das plantas forrageiras herbáceas.
- Sementes de beterraba sacarina, culturas industriais (com excepção de: colza, girassol, soja e outras oleaginosas, culturas hortícolas e flores e plantas ornamentais e os seguintes propágulos: partes de flores, folhas e caules, plantas em vasos ou sacos, bolbos, rizomas e tubérculos.
Z
Zona Arável
- Terras trabalhadas (lavradas, cultivadas) regularmente e que entram geralmente num sistema de rotação de culturas. Nota: O sistema de rotação de culturas implica que as culturas de uma determinada folha se seguem umas às outras, de acordo com um plano pré-definido. Normalmente, as culturas são alteradas anualmente, mas também se pode optar por um intervalo plurianual. Para discriminar entre superfícies de terras aráveis e de terras destinadas a culturas permanentes ou de prados permanentes, é utilizado um limiar de cinco anos. Tal significa que uma área que seja utilizada para a mesma cultura durante um período igual ou superior a cinco anos, sem que, entretanto, seja removida a cultura anterior e estabelecida uma nova, não é considerada como terra arável. Inclui: certas culturas normalmente consideradas como produtos hortícolas, culturas de plantas ornamentais, plantas industriais (por exemplo, espargos, rosas, plantas ornamentais pela flor e/ou pela verdura e folhagem, morangos, lúpulo), mesmo que ocupem o solo por mais de cinco anos. Inclui: As terras aráveis compreendem as categorias de culturas temporárias, incluindo culturas em estufa, os pousios sem regime de ajuda e os pousios com regime de ajuda à retirada de terras sem uso económico. Muito embora se encontrem classificadas nas respetivas categorias, as superfícies de plantas industriais cultivadas em terras retiradas da produção são igualmente registadas numa categoria específica. Exclui: Hortas familiares; prados e pastagens permanentes; culturas permanentes; superfícies da exploração agrícola sem utilização agrícola (improdutivos, áreas sociais, jardins, superfícies florestais).
- Superfície que é frequentemente mobilizada com lavouras, cavas, sachas, etc. e que se destina a culturas de sementeira anual (ex. cereais, feijão, girassol, batata, etc.). Também se classificam como terras aráveis as que são ressemeadas com culturas que ocupam o solo por um período inferior a 5 anos (morangos, espargos e prados temporários), as terras em pousio e a horta familiar. São todas as terras que entram normalmente numa rotação. Inclui: cereais para grão, leguminosas secas para grão, prados temporários e culturas forrageiras, batata, beterraba sacarina, culturas industriais, culturas hortícolas extensivas, culturas hortícolas intensivas, flores e plantas ornamentais, sementes de culturas forrageiras, sementes e propágulos de outras culturas não lenhosas, outras culturas temporárias, pousio em regime de ajuda, pousio sem regime de ajuda e horta familiar.
- Corresponde à soma das áreas de culturas temporárias principais (em terra limpa e em sob coberto de mata e florestas) e de pousio.
Zona Arável Limpa
Terra com culturas temporárias principais e pousio em terra limpa, isto é, sem coberto de culturas permanentes, matas e florestas.
Zona Improdutiva
- Terreno estéril do ponto de vista da existência de comunidades vegetais ou com capacidade de crescimento extremamente reduzido, quer em resultado de limitações naturais, quer em resultado de ações antropogénicas.
- Todas as áreas que, do ponto de vista agrícola, não produzem ou em que os solos foram destruídos por qualquer razão (pedreiras, etc.).